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Lionel prometia “sorrisos de estrela” mas deu aos pacientes “múltiplas operações odontológicas desnecessárias, rostos desfigurados e bocas desdentadas”.
Odentista Lionel Guedj, de 43 anos, foi condenado em setembro de 2022, em Marselha, França, a oito anos de prisão efetiva por mutilar, a nível dentário, 322 pessoas. O pai, Carnot Guedj, de 71, também foi acusado do mesmo crime, mas acabou por sair em liberdade, com pena suspensa de cinco anos.
Agora, ambos voltam a tribunal. Em causa está não só a atribuição de indemnizações aos pacientes como a acusação de uma fraude avaliada em 1,7 milhões de euros.
Conta o Le Figaro, que Lionel Guedj prometia aos clientes “sorrisos de estrela”, mas só lhes deu “múltiplas operações odontológicas desnecessárias, rostos desfigurados e bocas desdentadas”.
Os crimes ocorreram entre 2006 e 2012 e a maioria das vítimas é de classe média baixa.
“Foi uma carnificina”
Samir é uma das vítimas dos Guedj. Quando tinha 33 anos, marcou uma consulta com o Dr. Lionel. Tinha uma “cárie banal”, mas o médico convenceu-o de que os seus dentes testavam “no fim de vida”. O francês seguiu a recomendação do médico e deixou-o arrancar 22 dentes saudáveis.
Durante dois anos, sofreu de constantes infeções e ainda hoje em dia tem problemas nos maxilares. “Foi uma carnificina”, contou ao Le Figaro.
As autoridades acreditam que, além das 322 vítimas já identificadas, haja pelo menos mais uma centena que desistiram de denunciar os dentistas, ou por vergonha, ou pela lentidão do processo.
O caso começou a ser investigado em 2009 e só em 2022 chegou aos tribunais.
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