Atualização diária

EnglishItalianPortugueseSpanish
De dentista e para dentista

OMD envia parecer à A3ES sobre acreditação de curso de medicina dentária

A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior solicitou à Ordem dos Médicos Dentistas um parecer sobre o pedido de acreditação de um novo ciclo de estudos de Mestrado Integrado em Medicina Dentária.

“A OMD considera ser irresponsável a abertura de mais vagas em medicina dentária, seja nas faculdades já existentes, seja em novos mestrados integrados”, afirma a Ordem dos Médicos Dentistas.

Consultada pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), na qual deu entrada um pedido de acreditação para abertura de um novo ciclo de estudos de Mestrado Integrado em Medicina Dentária, a OMD lembrou que o mercado de trabalho está saturado, registando-se elevados índices de emigração e subemprego na profissão, além de que a proposta apresentada não oferece a qualidade exigida a nível nacional.

No parecer enviado à A3ES, a Ordem remeteu os estudos e a documentação que suportam a sua decisão, que é a mesma que foi emitida em 2021, quando foi consultada sobre esta matéria (Portugal não tem capacidade para mais mestrados integrados de medicina dentária).

Apesar da dimensão geográfica do país, existem sete instituições de ensino superior que oferecem estudos graduados nesta área e o rácio de médico dentista por habitante supera largamente as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Verifica-se ainda que, atualmente, “continua a existir uma oferta formativa na região da grande Lisboa”, local onde se pretende iniciar este novo ciclo de estudos e onde estão instaladas duas instituições de ensino superior da medicina dentária (existindo mais duas num raio de relativa proximidade – Coimbra e Viseu).

Por outro lado, os dados disponíveis mostram que o atual mercado de trabalho “não absorve a totalidade dos licenciados pelas instituições de ensino existentes, sendo que existe já um êxodo significativo de profissionais para o estrangeiro”. Se, por um lado, Portugal está entre o grupo de países com a mais baixa procura de cuidados dentários, por outro, o rácio médico dentista/ população é de 1/846, estimando-se que, em 2025, seja de 1/685 (a OMS recomenda 1/2000).

Após análise da proposta em questão, a OMD considera também que esta não cumpre a qualidade “aceitável e exigível a nível nacional”, constatando que a entidade em causa não tem “qualquer experiência no ensino da saúde, e mais propriamente, na área da saúde oral”. A isto acresce a questão das instalações e equipamentos, depreendendo-se que há uma “aposta na formação proporcionada por simulação, em detrimento da formação clínica proporcionada pelo contacto com pacientes”.

No entender da OMD, e que foi comunicado à A3ES, “deveria ser recusada a abertura do novo ciclo de estudos de Mestrado Integrado em Medicina Dentária”.

Aguarda-se a decisão da A3ES.

Fonte: OMD

× Como posso te ajudar?